quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Moi et la musique.


A MENINA E O VULCÃO

Sou alguma coisa entre medo e explosão
Acho que de carregar algo como um furacão
Dentro de mim moram asas doidas pra me aventurar
Mas rodeiam sem descanso nesse meu jeito vulcão
Sou essa menina que tem medo de avião
Que chora sempre ao decolar mas cantarola pra nunca cair
Se canto baixinho é por medo de assustar
Já que grito no meu canto sempre antes de deitar
Que todos os dias sou barulho demais
Deixo pra quando eu cantar
Algum sossego só pra eu respirar
Que toda essa pressa que me acorda de manhã
Dentro aqui do meu compor 
Venha reduzir poeira em flor
Que toda essa briga que bagunça meu coração
Voe longe, voe alto a cada palco que me carregar
Só me desculpem se nem sempre eu sou canção
Sei que posso machucar 
É muito medo, muito furacão
Quem me dera ser suave assim com cada amor que em mim passar
Acho que é um pouco por isso que eu namoro sempre a solidão
É que sou alguma coisa entre medo e explosão
Já que grito no meu canto sempre antes de deitar
Que todos os dias sou barulho demais
E dentro ali do meu compor 
Eu venho reduzir poeira em flor

( Ana Larousse ) :D


Pedaços de tu combinam com pedaços meus.


" Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma moça caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo pra mim. Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminando a Terra! Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu, envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria. "

" Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor. "

" E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo. "

" Ele leva uma vida plena, sem o vazio da minha. Não tenho nada porque não o tenho. "

" Diego está na minha urina, na minha boca, no meu coração, na minha loucura, no meu sono, nas paisagens, na comida, no metal, na doença, na imaginação. "

" Toda essa raiva simplesmente me fez compreender melhor  que eu o amo mais do que a minha própria pele, e que, embora você não me ame tanto assim, pelo menos me ama um pouquinho - não é? Se isto não for verdade, sempre terei a esperança de que possa ser, e isso me basta. "

" Por que o chamo meu Diego? Nunca foi, nem será meu. É dele mesmo. "

" Amputaram-me a perna há seis meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em minha vida. Vou esperar mais um pouco. "

" Origem das duas Fridas. Recordação. Devia ter seis anos quando vivi intensamente uma amizade  imaginária com uma menina da minha idade. Não me lembro da sua imagem, nem da sua cor. Porém sei que era alegre e ria muito. Sem sons. Era ágil e dançava como se não tivesse nenhum peso. Eu a seguia em todos os seus movimentos e contava pra ela, enquanto ela dançava, meus problemas secretos. Quais? Não me lembro. Porém, ela sabia, por minha voz, de todas as minhas coisas. "

" Diego. Princípio.
  Diego. Construtor.
  Diego. Meu bebê.
  Diego. Meu noivo.
  Diego. Pintor.
  Diego. Meu amante.
  Diego. Meu marido.
  Diego. Meu amigo.
  Diego. Meu pai.
  Diego. Minha mãe.
  Diego. Meu filho.
  Diego. Eu.
  Diego. Universo.
  Diversidade na unidade.
  Por que é que lhe chamo de meu Diego?
  Ele nunca foi e nem será meu.
  Ele pertence a si próprio. "

Alguns trechos de escritos do diário da minha Frida Kahlo..deu vontade de publicar alguns, costumo ver muito dela em mim, logo, coisas fazem sentido. Enfim..

  • Palavra do dia: desconhecer.
PS: beijos e beijos ;*


sábado, 26 de outubro de 2013

Moi et la musique.


JOÃO E MARIA

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava Inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os Alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juíz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

(Chico Buarque) :D


Sobre uma canção assim, vestida de você.


Não, eu não posso ouvir nenhuma melodia. Eu não posso. Desde que me conheço por gente, como costumam dizer, eu sabia do poder magnífico e gigantesco que a música tem. A cada dia tenho mais certeza disto..tenho o hábito de falar que, na minha opinião, nada marca mais algo ou alguém do que uma canção. E o que fazer então quando todas, eu digo, todas as canções te fazem lembrar de uma só pessoa e seus n momentos? Seria esse um sinal indicador de perigo que todos aqueles arranjos, acordes, letras estão querendo te avisar? Te alertar? Não, eu não posso ouvir nenhuma melodia. Eu não posso. Ou melhor, não deveria. Todos esses sons me embalam num balanço inexplicável de você..um balanço que ao mesmo tempo me faz tanto barulho e silêncio. Há música e há silêncio aqui. Dentro. Em mim. E isso tudo, essa festa, esse show, esse balanço quer sair e correr pra onde você estiver e te fazer ouvir cada toque, cada sentido e sentimento vestido de som, de música, tua música..pudera eu conseguir escrevê-la, descrevê-la. Pra você. De você. Não, eu não posso ouvir nenhuma melodia. Eu não posso. Ontem eu fui dormir com uma canção na cabeça..hoje acordei com outra no peito, mais aperfeiçoada, pronta pro "uso"..reveladora. Foi esta canção que me fez despertar pra aquelas coisas que eu já sabia e talvez não quisesse enxergar com lentes de aumento, sabe? Aquelas coisas que me perseguem desde aquele dia de anos atrás, quando eu vi, ouvi, li, apreendi a música em você. Tua melodia. Tua melodia melando meus dias e horas e semanas e meses e anos e amos. Não, eu não posso ouvir nenhuma melodia. Eu não posso. Mas em meio a toda essa confusão sonora, um simples verso de um simples refrão de uma simples canção, traduz tudo o que pode e o que não pode ser traduzido: saudades. Das grandes. Suas. Traduz o que foi, o que é e o que está por vir. Traduz você. E eu. E você. E nós. Um nó. Não, eu não posso ouvir nenhuma melodia. Eu não posso. E ouço. E ouço..porque no momento, não há nada mais bonito e pacificador do que os sons que emanam de você, aonde estiver, eu ouço. E ouço. E adoço o que já era doce. Doce. Do-cê. Não, eu não posso ouvir nenhuma melodia. Eu não posso. Contudo, sou só música, café e saudade. Cadê o meu refrão?

(Thaís Tenório) :D

"..a letra da canção é o que pensamos entender, mas o que faz com que acreditemos, ou não, é a melodia.."

[Carlos Ruiz Zafón] :D

"..cada nota deixa em cada um de nós uma lembrança, mas é a melodia inteira que conta uma história.."

[Paulo Coelho] :D

PS: eu não canso da tua melodia (F)
PS do PS: I'm really missing u..:c
PS do PS do PS: beijos e beijos ;*

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Moi et la musique.


UM RASCUNHO PRO NOSSO CINEMA

Como é bom te ter aqui pra me acordar fazendo cócegas
E me beijar como quem diz que não vai mais sair
Como é bom te ter aqui e já de manhã falar bobeiras
E analisar os sonhos como quem quer se investigar
Ainda mais 
E eu quero te desmontar cena por cena
E me misturar
Pro nosso cinema nunca parar de rodar
Deita aqui e deixa o disco todo e vem dançar teus dedos na calma das minhas mãos
Olha pra mim e deixa tocar os nossos sonhos
Pra enfeitar nosso carinho
E descansar na mais bela trilha sonora
E ainda mais, eu quero te desmontar cena por cena
E me misturar
Pro nosso cinema nunca parar de rolar

( Ana Larousse ) :D

Um canto, um amor.


E ninguém sabe o por que dela chegar ali. Meia arrastão rasgada, maquiagem borrada, semblante gasto, passos tortos, salto sujo, dor que embala o olhar cansado. Mais uma noite. Mais um dia. De merda. Ela costumava ser uma menina doce, ela costumava ser. Passado. Pra que tudo isso quando no final você se pega sozinha com exceção da companhia de um cigarro inacabado e meia garrafa de vinho? Ah! Tem as lágrimas também..e um sentimento de vazio, inconformação, incompletude. Ela chora um poço todo dia. Que merda. Ela passa no descompasso, quase cai, normal, olhares a perseguem, aproximações acontecem. Faz parte. Mas dessa vez é do tipo de aproximação que te causa náusea, a contra-gosto, fuga. Da fuga. E ninguém sabe o por que dela chegar ali. Ambientes insalubres, comportamentos mórbidos, baixo preço, no feelings. É uma merda. Quem vê de fora nem imagina que ela faz das tripas coração, literalmente e as devora, descontente, impaciente, doída. Sangue nos dentes. Sangue no peito. E ela ainda dança. Tem que dançar. Tem que dar um jeito. Mas que jeito? Essa decadência toda só demonstra o quanto a vida a tornou uma princesinha em estado de deterioração. Ela pisou, iludiu, machucou, colocou a cabeça dela num balde de água fria em plena madrugada. Sempre assim. Essa merda. Esse quase. Esse pode ser. Esse inacabado. Sempre. Andando nas calçadas noite afora, a cada passo deixando um pedaço de si, ela segue..sem seguir..sem rumo, mas com aquele nome em cada respiração, cada muro, cada pensamento, cada facada, cada cédula, cada vício, cada silêncio, cada grito, cada ela. Cadê ela? E ninguém sabe o por que dela chegar ali. Cadê você? Mais uma noite. De merda. Um palco, uma dor, tudo isso por um amor que embarcou mas ficou. Ficou. Fica. Ficará. E a cada dança a esperança, que a doçura possa voltar e como par, nos embalar. Canta pra mim, danço pra você. Faz um compasso comigo. Fica comigo. E por um segundo ela pôde ouvir tua jura cantada em verso florido ao pé do ouvido. Até que a luz vermelha chamou pra mais um ato. Sonho. Vontade. Saudade. E quem foi que disse que amar não dói? E quem foi que disse que é fácil se despedir? Se despir? E ninguém sabe o por que dela chegar ali. Dói. E ama mesmo assim. Cadê o teu cantar? Encantou. E voou. Ecoou. Como o amor.

(Thaís Tenório) :D

"..saudade é não saber. não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento , não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.."

[Martha Medeiros] :D

PS: sem muito a declarar..:/
PS do PS: beijos e beijos ;*

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Moi et la musique.


DO I WANNA KNOW?

( Eu Quero Saber? )

Você tem cor em suas bochechas?
Você já teve aquele medo de não poder mudar a maré
Que gruda ao redor como algo em seus dentes?
Esconda alguns ases em sua manga
Você não tem ideia de que é minha obsessão?
Eu sonhei com você quase todas as noites essa semana
Quantos segredos você consegue guardar?
Porque há essa música que encontrei
Que me faz pensar em você de alguma forma
E eu a coloco pra tocar até eu dormir
Derramando bebidas no meu sofá
Eu quero saber?
Se esse sentimento é recíproco
Triste te ver partir
Eu meio que esperava que você ficasse
Baby, nós dois sabemos
Que as noites foram feitas, sobretudo, para dizer as coisas que você não conseguirá dizer amanhã
Me rastejando de volta pra você
Já pensou em ligar quando você teve poucos?
Porque eu sempre penso
Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu pra me apaixonar por um novo alguém
Agora tenho pensado bem sobre isso
Me rastejando de volta pra você
Então você tem coragem?
Fico me perguntando se seu coração ainda está aberto
E se estiver, quero saber que horas ele fecha
Se acalme e prepare seus lábios
Sinto muito interromper
É que apenas estou constantemente à beira de tentar te beijar
Mas eu não sei se você sente o mesmo que eu sinto
Mas nós poderíamos estar juntos, se você quisesse
Eu quero saber?
Se esse sentimento é recíproco
Triste te ver partir
Eu meio que esperava que você ficasse
Baby, nós dois sabemos
Que as noites foram feitas, sobretudo, para dizer as coisas que você não conseguirá dizer amanhã
Me rastejando de volta pra você
Já pensou em ligar quando você teve poucos?
Porque eu sempre penso
Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu pra me apaixonar por um novo alguém
Agora tenho pensado bem sobre isso
Me rastejando de volta pra você

( Arctic Monkeys ) :D

Consideração.


Já tinha um mês e resolvi ir nessa festa com cara de festa que você vai. Toda pessoa de cabelo cheio que entrava eu achava que era você. Assim como acho quando estou na rua, no supermercado, na fila do cinema, dormindo. Virei uma caçadora de pessoas cacheadas. Virei uma caçadora de você em todas as pessoas. Então você chegou na festa. E eu apenas sorri e sorri e sorri. Porque era isso. Eu queria te ver apenas. A dor numa caixinha debaixo dos meus pés e eu mais alta pra poder te abraçar sem dor, perto da sua nuca e por um segundo. Eu te acho bonito de formas tão variadas e profundas e insuportáveis. Eu vejo você parecendo um leãozinho no fundo da festa. Suando e analisando. O rei escondido escolhendo a presa que não vai atacar. Com sua eterna tristeza cheia de piadas afiadas. Suas facas afiadas de graças para defender as tristezas que nadam debaixo dos seus olhos de quem não quer fazer mal. Mas faz. Seus olhos. Em volta um riozinho melancólico e no centro o Sol feliz e novinho chegando. E tudo isso vem forte como um soco de buquê de flores de aço no meu estômago. E eu quero ir até você e te dizer que eu sei que você desmaia quando faz exame de sangue. E como eu gosto de você por isso. E como eu queria tirar todo o meu sangue em pé pra você jamais cair. E como eu gosto de você por causa do e-mail que você mandou pro seu amigo com problemas. Como gosto quando você lembra de alguém e precisa demonstrar naquela hora porque tem medo da frieza das suas distrações. Suas listas de culturas e atenções. Os vasinhos. os vasinhos coloridos da cozinha me matam. A história do milagre que te salvou da queda da estante. Você arrepiado falando em anjos. Essas suas delicadezas em detalhes dormem e acordam comigo. Acariciam e perfuram meu peito vinte e quatro horas por dia. Uma saudade dos mil anos que passamos, ou das três semanas. A loucura de gostar tanto pra tão pouco ou simplesmente a loucura de tanto acabar assim. Fora tudo o que guardei de você, me restou a consideração que você guardou por mim. Sua ligação depois, quando me encontra. Sua mão estendida. Sua lamentação pela vida como ela é. Sua gentileza disfarçada de vergonha por não gostar mais de mim. A maneira que você tem de pedir perdão por ser mais um cara que parte assim que rouba um coração. Você é o mocinho que se desculpa pelo próprio bandido. Finjo que aceito as suas considerações mas é apenas pra ter novamente o segundo. Como o segundo do meu nariz na sua nuca quando consigo, por um segundo, te abraçar sem dor. O segundo do seu nome na tela do meu celular. O segundo da sua voz do outro lado como se fosse possivel começar tudo de novo e eu charmosa  e você me fazendo rir e tudo o que poderia ser. O segundo em que suspiro e digo alô e sinto o cheiro da sua sala. Então aceito sua enorme consideração pequena, responsável, curta, cortante. Aceito você de longe. Aceito suas costas indo. Aceito o último cacho virando a esquina. O último fio preso no pé da minha cama. Não é que aceito. Quem gosta assim não come migalhas porque é melhor do que nada, come porque as migalhas já constituem o nó que ficou na garganta. Seus pedaços estão colados na gosma entalada de tudo o que acabou em todas as instâncias menos nos meus suspiros. Não se digere amor, não se cospe amor, amor é o engasgo que a gente disfarça sorrindo de dor. Aceito sua consideração de carinho no topo da minha cabeça, seu dedilhar de dedos nos meus ombros, seu tchauzinho do bem partindo pra algo que não me leva junto e nunca mais levará, seu beijinho profundo de perdão pela falta de profundidade. Aceito apenas porque toda a lama, toda a raiva, todo o nojo e toda a indignação se calam pra ver você passar.

( Tati Bernardi ) :D

"..todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.."

[ Shakespeare ] :D

  • Palavra do dia: de novo.  

PS: é..não consegui escrever nada..mas tudo de alheio que boto aqui, de alguma forma, faz sentido, fala por mim e/ou mexe comigo..
PS do PS: sem mais, beijos e beijos ;*

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Moi et la musique.


CRYSTALISED

( Cristalizado )

Você aplicou a pressão
Para me ter cristalizado
E você tem fé
Que eu poderia trazer o paraíso
Eu vou perdoar e esquecer
Antes que eu seja paralisado
Tenho que manter o ritmo para mantê-lo satisfeito?
As coisas ficaram mais perto do Sol
E eu tenho feito coisas em pequenas doses
Portanto, não pense que eu estou empurrando você pra longe
Quando você é a única que eu tenho mantido o mais próximo
Você não se move devagar
Dando passos em minha direção
O som ressoa, eco
Será a sua lição de afeto?
Não
Você diz que eu sou tolo
Por pôr isso de lado
Mas queimar a nossa casa
Eu não vou sair vivo
As geleiras derreteram o mar
Queria que a maré tomasse conta de mim
Andei me ajoelhando
E você continua se aproximando
Vá devagar

( The XX ) :D

Maturité.



Ela sempre sonhou em ter uma casa na árvore. Quem sabe um dia, é, quem sabe. Essa moça estava em um daqueles dias que ela apelidava de 'atmosfera estranha'. E não a perguntem o por que, um dos motivos de ser estranho é justamente isso, nem ela saberia como definir. E será que é mesmo preciso? Ela pensava, e pensava e pensava. Típico desses dias. Dentro dela havia uma guerra bagunçada entre o arco-íris e a neblina. E mais uma vez, ao que parecia, a bandeira branca dessa situação possivelmente seria a razão. Maldita maturidade! É o que se pensa, às vezes. Na sua cabeça começaram a surgir n situações..coisas diferentes para um mesmo sentido: é como se. É como se no meio de uma prova difícil e decisiva, o professor saia da sala e você até quer pescar mas sabe que ele pode entrar de novo a qualquer momento. É como se aquele cara, seu amor platônico de uma vida inteira começasse a te dar bola e você não alimenta nada porque lembra que tem alguém especial com você. É como quando o show do seu cantor preferido acontece no dia anterior justamente da sua prova de vestibular. É como quando você quer beber e lembra da última ressaca e fica no refrigerante. É aquele negócio: você até quer, deseja mas sabe que o caminho a ser seguido de repente seja o oposto, pelo menos agora. Como se você não fosse capaz, no momento, de lidar com as consequências de determinado desejo. Mas ainda assim você sonha. Ainda assim se deseja. Afinal, no fundo ela sabe o quanto aquilo lhe faria feliz, um dia, quem sabe. Mas ainda assim ela sonha. Ela sempre quis ter uma casa na árvore, mas talvez por hora ela tenha que ficar com os pés no chão. Todos os dias ela vê o seu desejo. Se encanta ainda mais. Ela sempre vê a casa na árvore mas por enquanto melhor ficar com a da terra mesmo. Por enquanto. Quem sabe. Maldita maturidade.

( Thaís Tenório ) :D

"..as pessoas querem aprender a nadar e ter um pé no chão ao mesmo tempo.."

[ Marcel Proust ] :D

  • Palavra do dia: âncora.
PS: esse é um daqueles que ' se só tem tu, vai tu mesmo' =s
PS do PS: beijos e beijos ;*


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Moi et la musique.


PODE VIR COMIGO

Pare de chorar
Te faço entender
Que é melhor à dois se formos nós
Em qualquer embalo
Em qualquer mar
Em qualquer embalo
A qualquer preço
Por nós dois
Pare de pensar no que pode acontecer
Pesadelos ou pra fora de nós
E qualquer outro medo de sonhar
Pra fora do enredo ou nosso lar
Não entre nós
Ah, não que eu seja sem medo
Mas mesmo assim não temo
Pode vir comigo
Pode vir comigo
Não que eu seja sem medo
Mas mesmo assim não temo
Pode vir comigo
Pode vir comigo
Pare de falar
Deixe tudo ao seu tempo
E ouça essa canção que fala de nós
Não temos um erro sequer
Que nós somos perfeitos
Desde os pés ao coração
Ah, não que eu seja sem medo
Mas mesmo assim não temo
Pode vir comigo
Pode vir comigo

( Phill Veras ) :D





Entre a vida e um café.


Eu só queria um café. Mas me pego em busca de animais exóticos, em meio à cenas de um Lars Von Trier, numa canção do Chico. Eu só queria um café. Porém, tento decifrar sonhos, procuro a cura de alguma moléstia, enlouqueço na caça de todas as respostas para todas as perguntas que me corroem a mente. Eu só queria um café. Mas fico com as palavras de Dostoiévski, tento ouvir o canto das sereias, vivencio a árdua tarefa de conseguir aprisionar expectativas no fundo de um baú qualquer. Eu só queria um café. Contudo, sou uma pintura da Frida Kahlo, uma teoria ainda não elaborada, um enigma por decifrar. Eu só queria um café. Mas percorro labirintos, enxergo unicórnios, desconheço o poder da morfina. Eu só queria um café. No entanto o simples parece sempre tão complexo, e pedir de menos parece pedir demais. E eu só queria um café. Eis que me chega a vida.

(Thaís Tenório) :D

"..tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado.."

[ Albert Einstein] :D

  • Palavra do dia: segunda-feira.
PS: beijos e beijos ;*


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Moi et la musique.


SE NÃO FOR AMOR, EU CEGUE

Pode ser um lapso do tempo
E a partir desse momento acabou-se solidão
Pinga gota a gota o sentimento
Que escorrega pela veia e vai bater no coração
Quando vê já foi pro pensamento
Já mexeu na sua vida, já varreu sua razão
Acelera a asa do sorriso
Muda o colorido, vira o ponto de visão
Cai o medo tolo, cai o rumo
Quando a Terra sai do prumo eu estou perto de ti
Abre-se a comporta da represa
Desviando a natureza pra um lugar que eu nunca vi
Uma vida é pouco para tanto
Mas no meio desse encanto tempo deixa de existir
E é como tocar a eternidade
É como se hoje fosse o dia em que eu nasci
Livre, quando vem e leva
Lava a alma, leve e vai tranquila
E a pupila acesa do seu olho disse love
Bem
Se não for amor, eu cegue
Bem
Se não for amor, eu fico
E sigo, sigo, sigo, eu fico cego por ti

(Lenine) :D



A pequenitude das coisas grandes.


Lembro de uma fixação latente por mãos. Talvez ela nem saiba que tem mãos ansiosas. Ela não quer saber de uma porção de coisas. Talvez saiba demais. Talvez eu a tenha deixado saber demais. De boca fechada, meus olhos gritam mais alto que o barulho da tevê que ilumina o quarto. Lembro de fechá-los por vontade própria, a fim de que ela não me visse despido de tudo  que eu crio para que ela não preste muita atenção em mim. Distrações. Uma grande orquestra tocando uma pequena canção. Detalhes singelos que ganham proporções quase épicas. As mãos ansiosas. Lembro de jogar pedras naquela janela para, quem sabe, enxergar através das brechas algo que me mostre  que eu não sou o único perdendo a razão aqui, nesse sofá. Sinto que somos como dois carrosséis que giram em sentidos opostos. Eu não quero saber o que acontece quando estamos de costas um para o outro. Há pouco estávamos aqui, enxergando um ao outro de uma distância que pode ser medida com os dedos de uma mão. Em meu carpete, marcas de sapatos que viajaram o universo procurando sentir aquilo. E eu senti tudo aqui, quieto. Fechava os olhos sempre que sentia meus pensamentos tentando saltar através das órbitas. Tive medo de vê-los derramados pelos lençóis, de vê-la olhando atônita para aquilo tudo, como se não fosse capaz de ouvir os meus olhos gritando. Já tive sentimentos imensuráveis. Imensurável também era tudo que vinha agregado ao fato de sentir algo que não cabe no peito. A orquestra foi perdendo , aos poucos, seus membros mais importantes, até que o desfalque era tamanho que me feria os ouvidos. Uma desafinada sinfonia, sem melodia nem cadência, conduzida por um maestro que não está mais lá. Hoje minha filarmônica ensaia um movimento diferente, que eu tento chamar, mas não consigo, de distração. Uma grande orquestra tocando uma pequena canção. E a música dela é nova, rara, curta, e quase nunca toca no meu gramofone. Mas é no mesmo tom da minha. Ela não parece saber que cada nota ficou na minha cabeça, como uma partitura escrita pelas paredes da minha casa. Ela parece não querer saber. Mas cá estou eu, sempre falando um pouco demais. Porra, guria. Porra. Quem te escreveu assim?

(Lucas Silveira) :D

"..uma relação pra dar certo tem que ter sintonia. os dois têm que caminhar na mesma direção. não adianta você querer puxar o outro pela mão. tentar carregar no colo. dar uma carona. arrastar pelos pés. o outro tem que querer ir.."

[Clarissa Corrêa] :D

  • Palavra do dia: boas novas.
PS: acho que até já postei esse texto aqui antes, mas, no momento acho mais que válido ^^
PS do PS: feliz.
PS do PS do PS: beijos e beijos ;*