sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"Esquadros".


"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que não sei o nome"..eu olho, com olhos de águia. Gosto de perceber as pessoas..conseguir enxergar cada tom que colore seus órgãos, sua mente, suas palavras, suas intenções, sua essência, sua alma. E costumava perceber suas cores..além de vivas eram brilhantes, contagiavam qualquer ambiente e gente que tivesse por perto..energia da boa, sabe? Não existia preto e branco..hoje, é só o que existe. De novo. "Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores". É, acho que estou em um filme de Almodóvar..com toda sua intensidade, por vezes dor, surpresas, polêmicas..nesse filme, quem sabe, posso ter deixado de ser protagonista mas ainda estou ali..nem que seja fazendo parte dos quadros multicores pregados na parede, berrantes, querendo que alguém saiba admirá-los. E hoje nem tem visitação. "Passeio pelo escuro, eu presto muita atenção no que meu irmão ouve". Ando no escuro..sem vela, sem lanterna, sem um ponto de luz. Das coisas que meu irmão ouve, sempre atento a algo e trago pra mim..mais do que o que ele ouve, o que ele me fala. Porque ele se importa, ele se toca, ele sabe usar das palavras. E você, você se toca? Você sabe usar as palavras? Não sei mais com o que você se importa. Ou sei, basta olhar com os mesmos olhos de águia. "E como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora". Não sei dizer o que é isso..é uma dupla?  Qual a pele que você vestia poucos dias atrás? Qual veste agora? Qual vestirá para as pessoas lá fora? Lobo? Cordeiro? Talvez o problema é que a minha pele é assim..exposta..dada..na carne viva em muitos pedaços que fazem uma composição com ela. Os calos nem estão mais nas tuas mãos. Estão dentro de mim. E quem sabe até, dentro de ti mesmo..sabe-se lá quais calos você carrega..quem sabe, nunca saberei. E quanto a cápsula protetora? Não sei pra onde foi..só sei que não está aqui, não agora, pelo menos..me vejo segura pela minha própria insegurança. Estou no meio do oceano, numa tempestade e em cima de uma jangada. "Pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus". Não sei se posso sinalizar nesse momento. O que eu achava que era vermelho agora é amarelo e parece verde. Então não, não vou filtrar nada assim. Não sei filtrar ainda essa tua bagunça. Aliás, nem me permitido foi por mais que as minhas intenções tenham sido as melhores. "Eu ando pelo mundo, divertindo gente, chorando ao telefone, e vendo doer a fome, nos meninos que têm fome". Eu trago alguns sorrisos pra algumas pessoas..eu já trouxe alguns sorrisos pra você, ainda que nem lembre disso. Saber que ainda tenho esse poder comigo, me acalenta um pouco mais das dores que a mente trás em forma de dor física e psíquica e faz a alma chorar por certas circunstâncias. Eu ainda posso despertar sorrisos. Eu ainda posso sorrir. Esse poder sim, é infinito, não há como mensurar. Choro ao telefone, choro mesmo. Porque eu tenho sentimentos, eu tenho coração e deixo as emoções saírem. Nunca fingi nada, nunca precisei atriz pra ganhar o Oscar de enganar, iludir, expulsar e quebrar corações facilmente e ainda sair indiferente, seca, fria, quase que como um psicopata. Choro mesmo ao telefone, sou humana demais, choro pra poder sorrir, choro pra não chorar mais depois. Choro porque tenho coração, e ele funciona bem. Até demais. "Pela janela do quarto, pela janela do carro, pela tela, pela janela, quem é ela? quem é ela? eu vejo tudo enquadrado, remoto controle". Melhor dizendo, quem é ele? Quem é você? Vai ver até você mesmo tem medo de descobrir. Tu tá todo enquadrado, bagunçado, sem controle. E eu? Eu tenho ainda algum controle, remoto. "Eu ando pelo mundo, e os automóveis correm para que? as crianças correm para onde? transito entre dois lados, de um lado, eu gosto de opostos, exponho o meu modo me mostro, eu canto para quem?". Pra que pressa? Acho que já corri demais..e a estrada era esburacada e em péssimas condições, preciso de fôlego pra suportar o resto da caminhada. Eu paro. Caminhos opostos. Desejos opostos. Decisões opostas. Sentimentos opostos. Silêncios opostos. E eu não sei se gosto disso. Não, não gosto. Estou no palco, com a melodia e o microfone nas mãos..e ninguém na platéia..quem vai ouvir? Você me ouviu? "Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê? minha alegria, meu cansaço, meu amor cadê você? eu acordei, não tem ninguém ao lado". Meus amigos é que fazem uma nova casa pra mim agora. Meus amigos não precisam de premiações por de repente terem encenado um papel diferente do que realmente queriam me mostrar, eles merecem o maior prêmio que eu posso dar: minha eterna gratidão e lealdade. Não estou sozinha, ainda que seja cedo e em dados momentos eu pense que sim. Tenho amor, que eu conquistei por ser quem eu sou, sem máscaras, sem falas decoradas, sem intenções maquiadas, eu, pelo menos sei que as pessoas gostam de mim por mim. Assim, clara feito água. Minha alegria e meu cansaço..nem sei o que dizer..mas sei que acordei e não tinha ninguém ao lado..não tinha ninguém que tivesse dividido a madrugada entre músicas, histórias, olhares, fogo, sorrisos, promessas e juras de amor..ninguém, quem ocupava esse lugar foi embora..quis ir embora. Nem se deu o trabalho de tentar ficar..nem se deu o trabalho de arrumar a bagunça..nem se deu o trabalho de ser grato. Mas o ser humano é assim mesmo..só lembra das suas coisas boas quando é conveniente pra ele. Tudo é conveniência. Até os sentimentos. Não quero mais escrever nada no momento, apenas fica a reflexão: vamos ver quem é que fica do teu lado naqueles momentos que ninguém ficaria. Remoto controle.

(Thaís Tenório.) :D

"..não creio como outrora na genuinidade dos sentimentos, creio agora na egoísta conveniência do ser humano.."

  • Palavras do dia: mágoa/ingratidão/conveniência.
PS: infelizmente é triste se dá conta que a pessoa que você jurava conhecer bem, você não conhece :/
PS do PS: tempo, tempo, tempo, tempo, tempooo...
PS do PS do PS: beijos e beijos ;*

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Moi et la musique.


TURNING TABLES

( Reviravoltas )

Perto o suficiente para iniciar uma guerra
Tudo o que eu tenho está no chão
Só Deus sabe o por que de estarmos lutando
Tudo o que eu digo
Você sempre diz mais
Eu não posso continuar com suas reviravoltas
Sob o seu controle eu não consigo respirar
Então eu não vou deixá-lo perto o suficiente para me machucar, não
Eu não vou te perguntar
Você simplesmente me abandona
Eu não posso te dar o que você pensa que me deu
É hora de dizer adeus às reviravoltas
Às reviravoltas
Debaixo de céus amaldiçoados eu te vejo
Onde o amor está perdido
O seu fantasma é encontrado
Eu enfrentei uma centena de tempestades para deixá-lo
Por mais que você tente, não
Eu nunca mais serei derrubada
Eu não posso acompanhar suas reviravoltas
Controlada por você não consigo respirar
Então eu não vou deixá-lo perto o suficiente para me machucar, não
Eu não vou te perguntar
Você simplesmente me abandona
Eu não posso te dar o que você pensa que me deu
É hora de dizer adeus às reviravoltas
Às reviravoltas
Da próxima vez eu vou ser mais corajosa
Serei minha própria salvadora
Quando o trovão chamar por mim
Da próxima vez eu vou ser mais corajosa
Serei minha própria salvadora
Ficarei em pé sobre meus próprios pés
Então eu não vou deixá-lo perto o suficiente para me machucar, não
Eu não vou te perguntar
Você simplesmente me abandona
Eu não posso te dar o que você pensa que me deu
É hora de dizer adeus às reviravoltas
Às reviravoltas

( Adele. ) :D



Do ouvido de mercador, os valores trocados e o preço que se paga.


Pietra era muito ligada à Ana. Grande parte de suas vidas foram vividas juntas. Impossível, que alguém que observasse de fora, pudesse acreditar que ali não havia amor. Pietra apesar do seu jeito inquieto e por vezes até, impaciente de ser, possuia muitas qualidades que por assim dizer, completavam algumas lacunas que Ana possuia dentro de si. Ana, por sua vez, sempre mais calma, dócil, disposta a enfrentar qualquer situação que Pietra precisasse, porém, tinha um sofrimento dentro de si que não se podia nomear muito menos avaliar visto que, era preciso sentir pra saber..isso, Ana sabia..ninguém mais. Por vezes Ana se sentia mal por ser assim, nem era sua escolha afinal..e muitas vezes até rezava para que um dia ela conseguisse ser mais solta, mais 'nem aí', mais Pietra. Era difícil. E pelo seu histórico, coração e jeito de ser, Ana procurava recorrer à pessoa que ela acreditava ser um suporte: sua amiga, irmã e companheira Pietra. Especialmente nos seus dias de tempestade, onde tudo lhe causava medo e dor e ela não queria ficar sozinha. Se achava uma chata por isso..afinal, tinham períodos que essa necessidade parecia ser mais forte quase que incontrolável..e provavelmente era isso que Pietra achava dela também nesses momentos..parecia que não podia fazer nada em paz, lá vinha Ana com suas lamentações, medos, implorando companhia..poxa, será que ela não podia compreender que Pietra tinha tantas coisas importantes pra fazer? 
Dia. Mais precisamente 14:23, começo da semana e Ana já acordou se sentindo mal. Ela sabia de longe quando muita água ia rolar no seu dia. O fato de não ter familia agravava sua situação..nada pior do que se parecer sozinha e perdida no mundo. No seu pensamento, gostaria que Pietra lhe fizesse companhia..e não necessariamente física. Se controlou o máximo que podia..não queria ser a chata depressiva. Mas quando a gente tá com uma dor forte, é dificil não buscar ajuda. Acabou tentando ligar pra amiga. Caixa de mensagens. Deixou um recado. "Pi..não tô muito bem..é um daqueles dias..será que você podia ficar conversando comigo? obrigada, beijo." No seu quarto, Pietra ouviu a mensagem de Ana, porém, por ser bailarina, precisava ensaiar mais aquela música da apresentação que demoraria seis meses pra acontecer. Não retornou nada para Ana. Em casa, sem fome e em prantos, Ana esperou..esperou..esperou..e acabou tentando entrar em contato com Pietra de novo: " Pi, desculpa, eu sei que isso é um saco e que você tem um milhão de coisas pra se ocupar..mas eu realmente não estou bem..tenho medo de fazer alguma bobagem..quando puder, fala comigo, linda." Dessa vez, Pietra chegou a pegar o telefone para retornar para a amiga porém, tinha chegado no ápice do seu jogo preferido, tinha que passar daquela fase..mas para que ela não ficasse chateada, até porque ela sabia que sempre que precisava Ana movia mundos e fundos pra estar ao lado dela, respondeu rapidamente: "Minha linda, não faça bobagem, estou aqui pro que precisar." Ana ficou feliz ao receber o recado da amiga..ela não estava sozinha no mundo..tinha alguém leal a ela. Começou a puxar assunto pra não pensar besteira. Nenhuma resposta. Consecutivas vezes. Enquanto Ana tentava falar com Pietra, esta conseguiu: ver a reprise de um filme que ela amava mas que já tinha assistido um milhão de vezes..foi até a sorveteria mais próxima e tomou aquele sorvete maravilhoso..ensaiou suas músicas..dormiu..venceu a fase do jogo..terminou o trabalho do curso..passou umas fotografias pro computador..ouviu música e se arrumou para aula. De repente, ela lembrou de Ana. Sentia saudades da amiga, fazia um tempo que a tinha visto pessoalmente, então, resolveu ligar. Ana não atendeu. Dez ligações não atendidas. Era estranho..Ana podia não atender ninguém mas se fosse Pietra, atendia quase que instantaneamente. Mandou mensagens. Sem respostas. Mais estranho ainda, pois Ana era compulsiva com elas. Como sua casa era no caminho do curso, Pietra resolveu passar lá rapidinho, afinal, ela já havia presenciado os dias nublados da amiga e não gostou de nada do que viu. Chegando lá, o porteiro interfonou e sem resposta, porém, ele sabia que Ana não havia saído e por conhecer a menina, permitiu que ela subisse. Ninguém atendia a porta. Pietra ficou realmente preocupada. Começou a tremer e as palavras de Ana ecoavam na sua mente: "..não quero ficar sozinha", "..preciso de você", "..estou com medo de fazer bobagem"..,"..eu te amo", "..sempre pode contar comigo,sempre", "..não é um dia bom", "..fica falando comigo?"..junto com as palavras, vieram flashes de tudo que elas já viveram juntas..de como  era boa sua companhia..quantas risadas, gordices e quantos carinhos eram trocados. Lembrou das vezes em que precisava desabafar, precisava de uma amiga e Ana sempre estava lá..por vezes gastava o pouco que tinha pra conseguir chegar até Pietra..quando nem assim podia, ligava pra ela, a ouvia, prestava atenção nela. Pietra entrou em desespero..algo dentro dela dizia que a amiga cumpriu o que falou..não conseguia conter as lágrimas..soluçava..gritava o nome dela na porta na esperança de que Ana aparecesse de camisola e dissesse que demorou porque estava dormindo. Ela não veio. Os outros moradores ao ouvirem o desespero, chamaram alguém para que arrombassem a porta. Ao conseguirem, Pietra saiu correndo em direção ao quarto da amiga e a cena que viu mudou todas as suas prioridades, mudou suas atitudes para as demais pessoas, afinal, Ana não mais veria a mudança que tanto necessitou. Desesperada, Pietra balançava o corpo pálido daquela que por muito tempo, foi a melhor companhia da sua vida, daquela que foi a única que a amou profundamente, daquela que nunca a abandonou, daquela que movia moinhos pra ver um sorriso dela, daquela que sempre tinha um conforto pra lhe dar. Realmente, Ana havia cometido uma bobagem..do seu lado, caixas e caixas de remédios distintos..e um pequeno papel, destinado à Pietra, sem muitas palavras mas ela sabia que com muito amor: " Pi, obrigada por ter feito parte da minha história. Você me fez muito feliz, eu te amo muito e esteja onde eu estiver, nunca te abandonarei..como pão e manteiga, lembra? Me perdoa..você ainda será a maior e melhor bailarina que o mundo já viu..me perdoa..amo você". A partir daquele momento Pietra entendeu o quão grave era o problema de Ana..o quão ela precisava de companhia..o quão ela precisava dela..ali..aquele pequeno corpo que se foi sozinho, que havia amolecido o coração de tanta gente mas não conseguia enxergar seu valor..se foi sozinho..e talvez tudo que ela precisasse era de algumas respostas no telefone..e talvez as palavras de Pietra poderiam ter mudado tudo. Foi ali que ela viu que tinha que mudar. Foi ali que ela se deu conta do quão desprezivel e pequeno era o ensaio da tal música, assistir aquele filme velho, passar naquele maldito jogo, tomar aquele sorvete na tranquilidade. Foi ali que ela se deu conta que as coisas, os afazeres ficam..mesmo que a gente atrase ou adie eles estarão ali..já as pessoas..as pessoas se vão e às vezes, sem volta. Ana se foi. Ficam agora só as lembranças..do que foi vivido e do que se queria e poderia viver. Fica a dor e aquele sentimento de que..eu devia ter dado mais importância..eu devia ter sido menos egoísta..eu devia ter sido cem por cento leal..eu devia. Nós e a eterna mania de acharmos que as pessoas sempre estarão ali..quando elas nem sempre estarão. Elas nem sempre estarão. E pra você, o que é mais importante mesmo?

(Thaís Tenório.) :D

"..é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..porque se você parar pra pensar..na verdade não há.."

[Renato Russo.] :D

  • Palavra do dia: limitações.
PS: valorizem mais as pessoas..valorizem quem está ali por você e sejam por elas
PS do PS: beijos e beijos ;*

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Moi et la musique.


EVAPORAR

Eu já falei
Que não se deve esperar
Que a vida lhe dê
Tudo o que você precisar
Eu já tentei
Fazer você acreditar
Melhor a fazer
É tentar parar de pensar
No quanto é ruim
Não ter chances de se livrar
Lembranças de mim
Sem ninguém pra te ajudar
E você sempre quis
Quis até demais
Ter alguém que não te quer
E tentou ser feliz
Tentou ser capaz
Me achar aonde eu estiver
E eu não estava lá
Saiba que o destino
Não é algo que você possa controlar
Entenda que eu não vou voltar atrás
Eu não vou pensar
Eu não vou mudar
Eu não vou te amar
Você já pensou
Em tentar por mais uma vez
Achar outro alguém
Que lhe queira também
Não é todo rio
Que tem um mar pra se encontrar
Dá pra evaporar
E encontrá-lo através do ar
E você sempre quis
Quis até demais
Ter alguém que não te quer
E tentou ser feliz
Tentou ser capaz
Me achar aonde eu estiver
Você já pensou
Em tentar por mais uma vez
Achar outro alguém
Que lhe queira também
Não é todo rio
Que tem um mar pra se encontrar
Dá pra evaporar
E encontrá-lo através do ar
Achar outro alguém
Que lhe queira também

(Fresno.) :D

Teu carnaval não tem fim.


Muita gente não notou mas eu acho que a banda parou de tocar. A chuva que acompanhou o ritmo das canções tocadas, agora deixa a maquiagem borrada, a fantasia gelada, a alma ensopada. E no final da festa, pra onde foi todo mundo? Máscaras sendo carregadas pelo vento. Máscaras pessoas, na verdade. Bares fechados, ruas sujas e eu..ali..sentada na calçada. Eu acho que você não notou mas a banda parou de tocar. Ou notou né..já que foi embora. Não há palhaços na avenida a não ser eu. Não há Pierrot's embriagados a não ser eu. Não há barulho a não ser na minha cabeça. Olho pros lados e penso que todo carnaval tem mesmo seu fim..exceto o teu. Teu carnaval não tem fim. Ainda vejo teus confetes sujando o chão onde piso. A banda parou de tocar. Os mesmos confetes no mesmo chão. Nem o vento leva. Os mesmos confetes no mesmo chão. Imutabilidade. Teu carnaval não tem fim.

(Thaís Tenório.) :D

"..quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval.."

[ Zé Ramalho.] :D


  • Palavra do dia:  conformismo.
PS: sem muitos ps's por hoje..
PS do PS: beijos e beijos ;*

Moi et la musique.


SKINNY LOVE

( Frágil Amor )

Vamos, frágil amor
Apenas dure o ano
Coloque um pouco de sal
Nós nunca estivemos aqui
Meu, meu, meu, meu, meu
Encarando a poça de sangue e aparência esmigalhada
Eu digo ao meu amor para destruir tudo
Cortar todas as cordas e me deixar cair
Meu, meu, meu, meu, meu
Bem no momento em que essa tarefa é quase impossivel
Eu te disse pra ser paciente
Eu te disse pra ficar bem
Eu te disse pra ser equilibrado
Eu te disse pra ser gentil
De manhã estarei com você
Mas será de um jeito diferente
Porque eu estarei segurando todas as multas
E você está assumindo todas as contas
Vamos, frágil amor
O que aconteceu aqui?
Amamente-me da esperança em peitos magros
Meu, meu, meu, meu, meu
A carga de amargura está completa
Então vá devagar na separação
Eu te disse pra ser paciente
Eu te disse pra ficar bem
Eu te disse pra ser equilibrado
Eu te disse pra ser gentil
Agora todo o seu amor foi desperdiçado?
Então, quem diabos fui eu?
Agora estou rompendo nas pontes
E no fim de todos os seus versos
Quem vai te amar?
Quem vai lutar?
Quem vai ficar bem para trás?

(Birdy.):D


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dos Nossos Muros.


Eu deveria ter prestado mais atenção. Eu deveria ter fugido menos, te dado mais. Eu deveria ter te escutado. Mais. Parece que foi ontem que tudo aconteceu como um ataque terrorista..no sentido da surpresa, obviamente. Tonta com aquelas luzes e com aquela situação, mal te enxerguei. Mas é que a noite me deixa mais esquisita que de costume mesmo. E ainda bem que você não considerou só aquela. Ainda bem que tu pegou as ferramentas. O mais engraçado é que em pouco tempo depois, eu te ajudava a carregar as coisas. Você só tinha de frágil o corpo pois só de olhar pros teus olhos você via a força de um leão querendo saltar a todo custo, a qualquer momento. Eu aprendi contigo..mesmo tu dizendo que eu que te ensinei mais. Era uma satisfação poder acordar e imaginar o momento do ápice do meu dia, da minha semana, do meu ano..aqueles momentos em que eu te ajudava a carregar as ferramentas e tu me ensinava a construir, a destruir, na verdade..a princípio. Mas eu deveria ter prestado mais atenção. Eu deveria ter desfrutado mais da nossa construção. Mas é porque a gente sempre pensa que o outro nunca vai embora..eu pensei que tu sempre estaria ali..rindo por eu não estar tão acostumada com aqueles calos daquele serviço..e me consolando ao ver as marcas no meu corpo. Eu deveria ter fugido menos. Eu que sempre fui uma garota de muros altos encontrei alguém com muros maiores ainda..e talvez o bacana fosse isso. E a gente começou a quebrar tudo..e era uma terapia, das boas. Não tínhamos vergonha de demonstrar nossas fraquezas e não tínhamos rótulos, nem máscaras, nem teatro..era aquilo. Do começo ao fim..mesmo ainda não tendo existido um final propriamente dito. Eu deveria ter te escutado. Ter levado em consideração um bocado de coisa. Ter visto de outra perspectiva. Mas eu preferi fugir..eu preferi voltar a erguer meu muro e ser o tijolo mais complicado no teu. Eu sei, eu fui o tijolo mais complicado do teu muro. Porque é fácil demais sumir, machucar, ignorar, te ver correr atrás dos meus segundos e enlouquecer. Esqueci que o muro é feito de dois lados. Esqueci que o muro tá protegendo de algo que eu não quero que venha do outro lado. Esqueci que também haveriam tijolos ainda mais complicados no meu. Esqueci de como pegar as ferramentas. E agora, fico feliz em perceber que você tem um muro pequeno. Parece mentira, mas realmente um dia é da caça e outro do caçador. Esqueci que o muro é feito de dois lados. E cá estou, ocupando o lugar que criei pra ti um tempo atrás. Cá estou eu do outro lado do muro. Cá estou no lado que era teu. Caça.

(Thaís Tenório.) :D

"..assim como existem dois lados de cada história, existem dois lados de toda pessoa.."

[Revenge.] :D

  • Palavra do dia: perspectiva.
PS: ignorem se talvez o sentido se perdeu..mas vai ver o sentido era esse..apenas fui jogando o que vinha à cabeça..enfim :T
PS do PS: beijos e beijos ;*


Moi et la musique.


MEU PLANO

Meu plano era deixar você pensar o que quiser
Meu plano era deixar você pensar
Meu plano era deixar você falar o que quiser
Meu plano era deixar você falar
Coisas sem sentido, sem motivo, sem querer
Andei fazendo planos pra você
Engano seu achar que fosse brincadeira
Engano seu
Aconteceu de ser assim dessa maneira
E o plano é meu
Mesmo sem motivo, sem sentido, sem saber
Andei fazendo planos pra você
Pra você eu faço tudo um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos
Deixo tudo ao largo
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você
Meu plano era deixar você fugir quando quiser
Meu plano era esperar você voltar
Engano seu achar que o plano é passageiro
Engano meu
Acho que o destino antes de nos conhecer
Fez um plano pra juntar eu e você
Pra você ficar comigo eu faço tudo um pouco mais
Pra você ficar comigo e ninguém mais
Largo os compromissos deixo tudo ao largo
Você tenta em vão me convencer
Que é melhor não fazer planos pra você

(Lenine.) :D


..Ou Não.


Talvez não caiba a mim encontrar o paradeiro do romance perdido. É que ele não me escapou pelos dedos desatentos, não está ao relento entre o meio-fio e os carros, não se esvaiu junto às memórias de uma madrugada ébria. Me corrói as entranhas cogitar a hipótese de que talvez jamais tenha, de fato, existido aquilo que tenho procurado. Me perfura os pulmões a constatação daquelas coisas que, mesmo quando assumidamente prováveis e esperadas, eu - ingenuamente - negava até  fim que pudesse acontecer: as piores verdades são aquelas que parecem mentira. Mas então o que é a verdade, se não tudo aquilo em que acreditamos com todas as nossas forças, até o fatídico momento em que não cremos mais? As verdades mudam, e as tuas fazem numa velocidade que acredito que ninguém seja capaz de acompanhar. Justamente, por medo disso, tratei de despir meus sentimentos de poesia. No entanto, as nossas situações, mesmo nuas de significado, mesmo ceticamente analisadas com a frieza de um cirurgião, teimavam em rabiscar sorrisos na minha cara. Sorrisos que não saíam em água corrente. Mesmo assim, tenho vivido ao pé da letra o 'dia-após-o-outro', jamais adornando os dias com os meus costumeiros exageros que conheço bem. É dificil manter os pés no chão enquanto a mente voa. Talvez o que me compete seja justamente diagnosticar a completa inexistência do romance, ou constatar que trata-se de um bobo conceito hipotético. Uma ideia que nos inspira, que nos motiva, que nos estufa o peito através de um brusco sopro do mais puro nada. Uma isca de nós, mesmo após fisgados sucessivas vezes, seguimos mordendo, constantemente e com convicção. E eu mordi mil vezes e vou morder outras  duas mil, justamente por acreditar na ínfima chance de - somente por uma vez - aquilo tudo não ser uma mentira. As piores mentiras são aquelas que parecem verdade.

(Lucas Silveira.) :D

"..de novo, de novo, eu não canso. de novo fazendo romance em cima de um conto breve.."

[Tati Bernardi.] :D

  • Palavra do dia: fantasia.
PS: nem sei se já postei esse texto antes..mas sempre amo todos do luquinhas <3
PS do PS: enfim, beijos e beijos ;*


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Moi et la musique.


BANDEIRA

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro,se bem me lembro
O melhor futuro: esse hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua no meu mamilo, água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
Se é assim, quero sim, acho que vim pra te ver

(Zeca Baleiro) :D

Escritos De Uma Prosa Incompleta.


Eu entrei no teu mundo e ele é realmente teu. E eu não sei dizer se isso é bom, pra mim. Talvez porque ainda lá no fundo, eu seja uma garota que continua a sonhar com a " partilha de mundos criando um novo mundo"..é, talvez eu só esteja na pele de uma mulher. Então eu entrei no teu mundo e ele é realmente teu. Por que o espanto? Porque eu te escrevi. Desde o primeiro momento, eu te escrevi. Te eternizei. Te bebi. Te devorei. E vinha te escrevendo. Mas eu te escrevia prosa longa, daquelas bem bonitas que nem pareciam, tempos atrás, poder sair de mim..das profundezas da minha mente confusa e lúdica, do meu coração exagerado e vadio, da minha alma inquieta e inconformada. E eu te escrevi..provavelmente sem egoísmos..talvez de maneira intensa e demasiada, como sou..talvez não te fiz apenas prosa em um livro que seria publicado num futuro incerto, porém, não tão distante assim..talvez te escrevi nos muros da cidade, nos outdoors das avenidas mais movimentadas, te escrevi nos jornais, nas revistas, nos letreiros iluminados, em placas, mapas, te escrevi em árvores, te escrevi na pele. Verdadeiramente e loucamente até, te escrevi. Daí eu entrei no teu mundo e ele realmente é teu. Tanto que parece nem ter espaço pra mim..para que tu me escrevas também nem que seja em uma calçada suja de uma rua qualquer. Ele é teu, só teu. Existe a possibilidade que tu tenhas me escrito em algum momento..mas não seria eu a citação, ali, colocada em destaque na tua prosa, por ser importante, essencial pro entendimento e complemento das tuas palavras..de ti. Seria eu, raramente, aquelas palavrinhas pequeninas descritas no teu rodapé..não deixaria de ter alguma importância em algum momento, mas que por vezes passam despercebidas pelos olhares..para muitos, nem precisaria estar ali. Mas eu queria ser tua citação, tua referência, tua folha quase em branco com poucas palavras a serem desvendadas e completadas..tua inspiração..teu surto de madrugada que te desperta desesperadamente em busca de papel e caneta..tua poesia..tua música mais sincera e trabalhada..tua vogal, tua consoante..tua tatuagem. Ser do teu mundo, não apenas "estar" nele, e não considere isso como uma tomada do teu território, do teu mundo..mas como a tal partilha de mundos gerando outro mundo. E eu te escrevia, tola como tantos outros poetas enamorados que dão seu suor, lágrimas e sangue por sua obra. Eu te escrevia e talvez até você nem me lia. Claro que não iria te cobrar o mesmo número de páginas que te escrevi, mas alguma, pelo menos. Eu entrei no teu mundo e ele é realmente teu. Nele sou uma ideia apressada, um croqui, um rascunho que quem sabe um dia seja aprimorado ou não..posto em prática ou não. Não, não sou nem linhas tortas, más interpretações ou metáforas complexas. Sou uma ideia que está perto mas distante, sou uma ideia que te acompanha mas não existe..talvez por não ser tão digna e bela de ser vista e lida por teus seguidores/admiradores. Analisei outros mundos e sinceramente, não sei se tudo que foi colocado aqui é mesmo bom. Não peço hipocrisia nem banalidade, peço mais. Afinal, já dizia meu bom Baleiro: " nada tenho vez em quando tudo, tudo quero mais ou menos quanto, vida vida, noves fora, zero, quero viver, quero ouvir, quero ver". Quero ver até quando o teu mundo será teu mundo. Quero ver até onde me faço palavra pra você.

(Thaís Tenório.) :D

"..não quero beber o teu café pequeno. eu não quero isso seja lá o que isso for.."

[Zeca Baleiro.] :D

  • Palavra do dia: observações.
PS: sinceramente, fazia um bom tempo que não postava algo que realmente eu amasse, que transbordasse tão naturalmente, tão vivo, tão tradução de certos devaneios complexos.
PS do PS: esse é o tipo de texto que você pode não entender ou gostar, eu amei e amo.
PS do PS do PS: sem mais delongas, beijos e beijos ;*