terça-feira, 1 de outubro de 2013

A pequenitude das coisas grandes.


Lembro de uma fixação latente por mãos. Talvez ela nem saiba que tem mãos ansiosas. Ela não quer saber de uma porção de coisas. Talvez saiba demais. Talvez eu a tenha deixado saber demais. De boca fechada, meus olhos gritam mais alto que o barulho da tevê que ilumina o quarto. Lembro de fechá-los por vontade própria, a fim de que ela não me visse despido de tudo  que eu crio para que ela não preste muita atenção em mim. Distrações. Uma grande orquestra tocando uma pequena canção. Detalhes singelos que ganham proporções quase épicas. As mãos ansiosas. Lembro de jogar pedras naquela janela para, quem sabe, enxergar através das brechas algo que me mostre  que eu não sou o único perdendo a razão aqui, nesse sofá. Sinto que somos como dois carrosséis que giram em sentidos opostos. Eu não quero saber o que acontece quando estamos de costas um para o outro. Há pouco estávamos aqui, enxergando um ao outro de uma distância que pode ser medida com os dedos de uma mão. Em meu carpete, marcas de sapatos que viajaram o universo procurando sentir aquilo. E eu senti tudo aqui, quieto. Fechava os olhos sempre que sentia meus pensamentos tentando saltar através das órbitas. Tive medo de vê-los derramados pelos lençóis, de vê-la olhando atônita para aquilo tudo, como se não fosse capaz de ouvir os meus olhos gritando. Já tive sentimentos imensuráveis. Imensurável também era tudo que vinha agregado ao fato de sentir algo que não cabe no peito. A orquestra foi perdendo , aos poucos, seus membros mais importantes, até que o desfalque era tamanho que me feria os ouvidos. Uma desafinada sinfonia, sem melodia nem cadência, conduzida por um maestro que não está mais lá. Hoje minha filarmônica ensaia um movimento diferente, que eu tento chamar, mas não consigo, de distração. Uma grande orquestra tocando uma pequena canção. E a música dela é nova, rara, curta, e quase nunca toca no meu gramofone. Mas é no mesmo tom da minha. Ela não parece saber que cada nota ficou na minha cabeça, como uma partitura escrita pelas paredes da minha casa. Ela parece não querer saber. Mas cá estou eu, sempre falando um pouco demais. Porra, guria. Porra. Quem te escreveu assim?

(Lucas Silveira) :D

"..uma relação pra dar certo tem que ter sintonia. os dois têm que caminhar na mesma direção. não adianta você querer puxar o outro pela mão. tentar carregar no colo. dar uma carona. arrastar pelos pés. o outro tem que querer ir.."

[Clarissa Corrêa] :D

  • Palavra do dia: boas novas.
PS: acho que até já postei esse texto aqui antes, mas, no momento acho mais que válido ^^
PS do PS: feliz.
PS do PS do PS: beijos e beijos ;*


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