Tem gente que se acha no direito de entrar e sair da vida das pessoas a hora que quer.Tudo bem,cada um faz o que quer da sua vida..mas a partir do momento que você cativa e se é cativado,é necessário ter o mínimo de consideração,se não pela pessoa,pelos laços criados.Maya passava por isso há um tempo.Mas ela se encontrava no espírito de ,vamos dizer assim, viajante da história.Ela era quem entrava e saia da vida dos outros sem nem dar tchau.Talvez por isso ela andava mais solitária que nunca.Vez por outra,ao acender seu cigarro no velho café de sempre ela se pegava lembrando de todas as pessoas em que ela agiu assim..talvez por medo,ira,vingança,dificuldades..mas agiu..e começava a analisar as reações dessas pessoas com sua pessoa.Alguns,sumiram também..outros a viam como uma mera conhecida..outros,nem se davam ao trabalho de sentir algo..mas tinha alguém que era um mistério..como pode ser isso?Ela deu mais um trago e focou nessa última lembrança.Como pode,depois de tudo,aquela pessoa,justamente aquela pessoa lhe tratar como o pequeno príncipe tratava da sua rosa..como alguém desprovido de mágoas..talvez por já ter sido anestesiado para sempre das suas dores passadas..talvez.Acendeu outro cigarro e pediu mais um cappuccino.Até que algo lhe fez levantar da cadeira.Era aquela pessoa,justo aquela pessoa.Que ironia do destino..ela ficou acanhada e nervosa,afinal,não era pra menos,Maya havia sumido do nada de novo fazia algumas semanas..e o pior de tudo?Ela tinha garantido a alguém,pela primeira vez,que não repetiria mais isso..ela se sentia a pior pessoa entre aquelas mesas..nem quis acender outro cigarro..estava com tanto nojo de si mesma que achou que nem o cigarro merecia chegar até seus lábios de novo.Ela fez de tudo para se esconder..mas o café era tão pequeno e aconchegante,motivo pelo qual ela gostava de lá,que era uma tarefa de ninja entrar e sair sem ser notado por ninguém.O lugar estava lotado.E agora,o que ela iria fazer?Ora,ora,poderia simplesmente levantar e sair..como era seu costume em muitos sentidos..mas ela estava enojada e paralisada demais com tudo isso que apenas ficou.A pessoa a avistou.Não tinha mais como fugir.Ela precisava acabar com aquilo tudo de uma vez..ela precisava se redimir..depois de tudo..de novo.Mas é aquela velha história..a gente planta uma semente..e ela cresce tanto mas tanto que tudo está tão enraizado que seria impossivel cortar essas raizes sem ferir a si mesmo.Mas antes um ferimento do que nada.Tem gente que se acha no direito de entrar e sair das vidas das pessoas a hora que quer.Dessa vez,ela não podia fugir..dessa vez,ela teria que das duas uma: ou cortar logo as raizes ou regá-las..mas o melhor para ambos os lados seria a primeira opção.Por mais dolorido que fosse.No fundo ela estava com medo das dores que ela ia sentir..afinal,a outra pessoa já sentiu tanto que essa seria como nada demais..apenas mais uma.Apenas mais uma dela.Acontece que Maya não sabia bem como dizer,o que dizer..mas ela sabia que muitas vezes,um olhar..uma atitude,o corpo em si fala mais e melhor que qualquer vocábulo expelido de uma boca de uma pessoa qualquer.Enquanto a pessoa se aproximava da mesa e a fitava profundamente,ela levantou,pegou sua bolsa,fitou a pessoa profundamente também.Durou apenas 5 minutos.Mas nesses 5 minutos,seus olhos nunca foram tão doces,tão transparentes,tão sinceros e tão humildes.5 minutos.Contato visual.Seus olhos,marejados e ressacados deixavam algumas tímidas lágrimas caírem.A timidez logo passou à desespero.A outra pessoa apenas observava.E pensava "Como é linda!".Sua boca apreensiva,queria perguntar pra ela o por que do sumiço sem adeus..mas a pessoa sabia que era assim..aventureira e medrosa..a conhecia bem..e aquele olhar daquele momento falou tudo o que precisava saber: foi real mas não é mais..foi real,mas assim como toda viagem tem sua chegada e sua partida,chegou a hora do encontro final..e pela primeira vez,a pessoa realmente sentiu que dessa vez,seria uma partida definitiva..sem espaço para parênteses..apenas,o ponto final.Estamos no final dos 5 minutos.Maya toma o caminho da saída..sem acenos e sem afagos..mas desta vez,ela tinha dado adeus..e da forma mais honesta possivel.Não cabia explicações..não mais.Raízes foram cortadas.Mas ainda restaram algumas mudas..para quem sabe,outrém plantar num futuro distante ou não.O ar lá fora estava puro..o Sol se punha..o vento que vinha do norte assanhou seus cabelos e secou suas lágrimas.Um olhar,uma raíz e um adeus.She's gone.Finally,she really gone.Haviam folhas e flores pelo chão.
(Thaís Tenório.):D
"..não olhava pra trás,porque olhar pra trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto.."
[Caio F.Abreu.]:D
#Fato 79: não tenho vergonha de desistir..quando vejo que é o melhor pra mim.
PS: sem ps's por hoje,apenas beijos e beijos ;*
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