quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Moi et la musique.


STAY

( Fique )

Foi uma febre o tempo todo
Um suor frio
Uma pessoa impulsiva que acredita
Joguei minhas mãos para o alto
Eu disse 'mostre-me algo'
Ele disse, 'se você se atreve,chegue mais perto'
Por aí,por aí,por aí nós vamos
Diga-me agora,diga-me agora,diga-me agora que você sabe
Não tenho muita certeza de como me sentir sobre isso
Algo no seu jeito de se mexer
Faz com que eu acredite não ser possivel viver sem você
Isso me leva do começo ao fim
Quero que você fique
Não é uma vida e tanto a que você está vivendo
Não é apenas algo que você toma
É algo dado
Por aí,por aí,por aí nós vamos
Diga-me agora,diga-me agora,diga-me agora que você sabe
Não tenho muita certeza de como me sentir sobre isso
Algo no seu jeito de se mexer
Faz com que eu acredite não ser possivel viver sem você
Isso me leva do começo ao fim
Quero que você fique
O motivo pelo qual eu aguento firme
Porque preciso fazer esse buraco desaparecer
É engraçado,você é quem está em ruínas
Mas eu era a única que precisava ser salva
Porque quando você nunca vê as luzes
É dificil saber quem de nós está desabando

(Rihanna.):D


Gente demais na cama.


Você está deitada na cama com seu amor,uma cama que você gostaria de chamar de sua,mas não é possivel: tem gente demais ali.É seu homem,que sem cerimônia,as convida a entrar.Primeiro vem uma,depois  outra e mais outra.Elas atravessam as paredes,as portas,as vidraças e vão se deitando,todas,na cama que deveria ser sua.Cada uma toma um bom espaço com sua presença acachapante de espectro: elas vieram
do passado e no passado não há chatice,não há chulé,não há tédio,não há burrice,não há constrangimentos,não há falta de desejo.Elas,as mulheres que seu homem teve,são perfeitas.Ele varre constantemente o salão de baile das próprias lembranças e deixa ali apenas o que foi melhor.Elas pertencem à festa e fizeram por merecer tal lugar: tudo bem.O problema é que não há tranca,barra,cadeira,armário que faça a porta desse salão de baile ficar fechada.Ali é ele quem manda e se ele diz " Abre-te Sésamo" ,elas todas entram,todas se aboletam na cama que deveria ser sua.Você sente o espaço ficar cada vez mais exíguo,e veja,lá vem mais uma.Você se vira de um lado,vira pro outro,tenta encontrar um cantinho onde se apoiar e ,por muito pouco,não cai da cama: tem gente demais ali.Você pisca os olhos,sente o piscar,macera os olhos com a força dos cílios e das pálpebras,ms elas não vão embora: tem gente demais ali.Você se deitou para esticar os músculos,os nervos,o ventre,o sexo.Você se deitou naquela cama pra ser você,mas tem gente demais ali.Elas são passado;você presente.Porém,quando ele começa a falar delas,elas se tornam presente no agora.Elas estão presentes.Elas estão aqui.Elas incomodam.E há o detalhes!Ele conta os detalhes da festa: sensações incríveis,imagens estupendas,de uma perfeição de face de Deus.O que você pode oferecer a um homem que já viu a face de Deus?Que ganhou o amor das profissionais do sexo,que fez delas o que bem quis,que protagonizou as mais indescritíveis fantasias,que foi estoica e estupidamente amado?A cama está cheia e ele quer que você acredite que você não tem cacife para estar lá.Que seja.Tudo o que você tem é um caldeirão de feitiços que não foram lançados,seu legado é uma esteira de irrealizações e uma fome imensa,imensa de tudo.Então você se encolhe no escuro,no pedacinho torto que sobrou pra você naquele glorioso e povoado colchão.Em breve,será inevitável que você se levante,afinal,tem gente demais ali.

(Stella Florence.):D

"..o passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.."

[Mário Quintana.]:D


  •  Palavra do dia: conflitos.
PS: beijos e beijos ;*

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Moi et la musique.


NESCAFÉ

Eu cuspo Nescafé
E você chora leite de manhã
Amarro o meu sapato e tu veste o sutiã
Cadê o nosso amor?
Me diz onde vou correndo pegar o bonde
Que linha liga o teu coração ao meu?
Almoço minha angústia
E tu ri com a cara na TV
Eu tomo um conhaque
E tu fala em ter bebê
Remenda o meu sorriso
E,sorrindo,me costura mais uma ruga
Desfaz a casa que casa com o meu botão
Me esqueço em pensamentos
E tu cobra um pouco de colchão
Respondo qualquer coisa
E tu solta a minha mão
Coloca teu calor na estante
Vem,se deita tranquila e dorme
Em que sonho eu sonho meu sonho igual ao teu?
Que linha liga o teu coração ao meu?
Em que sonho eu sonho meu sonho igual ao teu?

(Filipe Catto.):D

A porta,a poeira no tapete e as lágrimas.


Apenas fechou a porta e chorou.Mas não foi qualquer tipo de choro..foi,de fato,um mar de lágrimas.E pela primeira vez,talvez,se tratando de quem era,o que incomodava não eram mais os questionamentos e sim,as respostas.Realidade.Aquilo que a gente varre tanto pra debaixo do tapete e ao enxergar tudo tecnicamente limpo, chegamos a pensar mesmo que o contrário não acontece,mas acontece..e quando você menos espera,está ali,colocando no lugar certo aquela poeira que você tanto escondeu..no lixo.O lixo.Demorou um pouco mas finalmente a realidade invadiu sua cabeça.Não mais fantasias,não mais disfarces,não mais tapetes..estava ali,apenas,os fatos.Há tempos que seu peito se queixava de dores,apertos..há tempos que sua cabeça lhe mandava sinais..há tempos que o seu espelho queria mostrar que o real problema estava ali..encarando-o..ela.Mas já dizia o ditado,'o pior cego é aquele que não quer ver'..talvez agora isso não se aplique bem à ela..não mais,não hoje.Ela viu.E talvez foi algo intenso demais.É normal se sentir assim a priori,é um choque,faz parte.Mas quando se fecha a porta e se pega sozinha e você encara o tapete,parece que seu corpo já fez a digestão daquilo tudo que incomodava..da poeira..do invisivel saltando aos olhos..dos fatos.E a primeira sombra daquela realidade não existia muita coisa a se fazer..então ela chorou.Chorou tanto quanto alguém que há pouco soube que perdeu um ente amado..e como alguém que pela primeira vez sai da barriga da mãe e conhece o mundo.Ela chorou,apenas.E talvez fosse tudo o que ela precisava.Não havia mais poeira ali..apenas ela e as respostas..talvez não exatamente as que ela gostaria de ter consciência,mas mesmo assim,fez toda a diferença.A porta fechou,a poeira sumiu,as lágrimas não traziam mais fantasias,os soluços pareciam sua canção preferida..ela não sentia mais nada.Recomeço.Ela agora veio ao mundo.A porta se fechou pra ela se abrir.Ela nunca esteve tão exposta e revigorada.As lágrimas a salvaram.

(Thaís tenório.):D

"..deve existir algo estranhamente  sagrado no sal: está em nossas lágrimas e no mar.."

[Khalil Gibran.]:D

  • Palavra do dia: consciência.
PS: beijos e beijos ;*